terça-feira, 14 de julho de 2009

Nossas mentiras

Porque tuas mentiras ainda me ferem tanto?
Penso tanto nelas,
Lembro tanto...que parece até que elas
Já são minhas, de tanto que as tenho em mim.

Nunca vais arcar com o peso de cada palavra que saiu da tua boca.
Que me tira a fome, o dia, a noite, a minha verdade.
Confundo minhas lembranças e, tudo vem distorcido em
Minha mente. Você nunca foi real.

Essa dor é lisérgica. É enlouquecedora, suicida.
Vai, sorrí com teus amigos,
Procure alguém para ocupar meu lugar na sua conchinha.
Abras as portas do coração que sem piedade, me aprisionastes.

Nossas pérolas foram espalhadas pelo chão.
Nossos valores foram perdidos numa madrugada qualquer.
E quem ficou os restos do que foi nosso?
Eu, você....ninguém, tantas pessoas. Quem?

As vezes preciso me resgatar dos delírios de amor e ódio.
Do vazio que existe em mim.
Com que mãos frias me arrancaste tudo que havia em mim?
Não sinto, não continuo, não morro e não mais vivo.

Nossas mentiras, amor e culpa.
Até quando vou maquiar essa carcaça,
Se dentro já não há mais o que se possa aproveitar?
Não há sonhos, frio na barriga ou febre de nova paixão.

Ao revirar a casa, nada encontrei
Além de um baú entupido de velhas mentiras. As nossas.
Nós fomos irreais e,
De agora em diante seremos apenas lenda.