Eu tenho elefantes e macacos no meu jardim,
Plantas carnívoras, monstros e fantasmas.
E tudo aquilo que não acredito existir,
Eu convivo com todos em perfeita harmonia.
Eu desconheço os perigos e incentivo o apego,
Eles não são gordos, feios, assustadores ou maus.
A realidade é que é cruel, as memórias...
No meu jardim não existe dia, noite nem olhos abertos.
Só o agora é que importa, o resto foi apagado,
Varrido pelo último dilúvio, onde apenas nós restamos.
Meu jardim também é ilha, ele é qualquer coisa
Onde nem a vida ou a morte tem relevância.
Perguntas aqui não fazem sentido,
Ninguém lembra do dilúvio que alastrou nosso passado.
E, como se nada houvesse realmente existido,
Entendo que ter sonhos é abrir mão de uma estranha paz.