quinta-feira, 11 de junho de 2009

o tempo do amor.

" à duras penas se descobre que o tempo muda,
dia, noite, inverno, verão.
as flores, por mais belas que sejam, crescem e morrem,
chuva cai e desaparece e,
o que ficou molhado, seca.
mas as pessoas,
esses seres falhos da obra divina,
esses seres providos de inteligência e sensibilidade,
esses...não mudam.
talvez queiram ser melhores e, dormir com a conciência mais tranquila, ter bons sonhos e,
acreditar que em algum momento virá a recompensa de seus feitos, os bons.
porque nos maus o medo do raciocínio impede uma análise realista e, talvez assustadora.
porque eu descobri que inferno ou céu existe na fé de cada um,
mas o pagamento pelas minhas obras eu recebo aqui mesmo,
em espécie, reação aleatória ou divã de psicólogos.
cada um enlouquece a sua maneira, não é "pecado"
mas, causar a dor por satisfação é a falta de nobreza
daqueles que odeiam a si mesmos e, não sabem a quem punir.
certos vícios, certas pessoas, certas atitudes mudam pra sempre o curso de uma história,
marcam eternamente.
e a memória não é reciclável.
mas o amor, esse sentimento corrosivo que tanto nos faz falta e, quando o temos faz mal...
mais dia menos dia...o amor se torna RECICLÁVEL.
ainda que ali existam fragmentos e acidentes do passado,
ainda assim é possível o reaproveitamento de cada partícula fragmentada.

o amor é reciclável"

terça-feira, 2 de junho de 2009

O inverno...

Existe um pacto demoníaco entre o inverno e a solidão,
Um não mais vive sem o outro.
No inverno e as boas lembranças vem atacar cruelmente,
Friamente.

Os dias são mais longos e as sensações de desespero
São mais corriqueiras.
Caminhar pela casa,ouvir os próprios passos,
Tudo parece tão amedrontador.

Nesses dias bem frios é que eu lembro das escolhas que fiz,
Lembro de tudo que amei e não tenho mais.
Procuro programas de inverno pra fazer, procuro,
QUERO, imploro por companhia mas,
Sinto que a única solitária da terra ainda sou eu.

E, parece que até o horóscopo está contra mim:
_Sim, você está só. Próxima pergunta.
Eu passo a desconfiar dos meus queridos,
A sensação é de que existe uma notícia da qual eles querem me poupar (...)

O cinza e o negro estão no ar,
Eu perco a fome...a vontade de ter vontade.
Sinto que tento em vão recuperar o que já está destroçado
E, já nem reconheço como "familiar"os pedaços que ainda existem.

Sinto que só eu ainda SINTO.
E a má notícia é que não encontro a fórmula ideal
Para arrancar de mim, à força, aqueles detalhes tão fatais.
O que eu já não quero mais AQUI.