segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Carta aos meus rejeitados

Meu amor, todos somos vítimas de algo,
Alguém de você, você de mim, eu de outro alguém...
Mas, por favor não me torture com telefonemas,
Mensagens que nunca obterão resposta.

Você apenas me faz ter dois trabalhos,
Um de lembrar o que fiz questão de esquecer,
E o outro de deletar o que foi escrito por tuas mãos.
Tempo é precioso, use bem o seu sem roubar o meu.

Eu sei, você me acha cruel e adoraria me ver sofrer.
Mas, a boa notícia posso te dar agora:
Eu conheço bem esse sabor que está em sua garganta
E, meus dias não foram diferentes dos teus.

Naturalmente, nada do que eu argumentar
Será de grande ajuda pra você,
Nada justifica nossos instintos primitivos,
De caça, abatimento, satisfação e rejeição da carcaça.

Não espere de mim qualquer piedade ou retorno.
Eu decidi ser a dona da rua,
E nela, agora só eu ando, LIVRE.
Você pode passar por ela, mas lembre de voltar ao seu lugar.


*dedico àqueles que não sabem perceber quando a brincadeira acabou.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Casa vazia.

Nada ficou em seu lugar além de um estrondoso silêncio.
E não houve chimarrão que pudesse esquentar
Aquela parte dentro de mim que dependia do teu calor.
Não houve adaptação que não soasse como castigo.

E, depois de algumas ilusões necessárias,
Encarei no espelho um rosto cansado, perdido.
As mutações sofridas ainda eram tão presentes
Que parecia que era sempre o começo.

E ví passar dias, meses , anos.
Esperei cada dia 22, 25...cada mês de janeiro, outubro.
E já me dou com outro setembro.
E a casa continua lá, com nossa mobília sentimental fora do lugar.

Algo alí não se encaixava mais.
Mesmo no abraço apertado havia distância
E, no sorriso escancarado havia mágoa.
Múmias verdes, foi o máximo que nos tornamos.