terça-feira, 26 de maio de 2009

saudade. (J)

saudade é algo incontrolável,
aquém do que acreditamos ser o melhor pra nós.
saudade é algo que nas noites de domingo fica ainda mais evidente.
pois na solidão é que nos damos conta do que mais sentimos falta.
saudade também é estar no meio de tantas pessoas que te abraçam,
te dizem o quanto prezam por você e, mesmo assim,
egoistamente você trocaria todos, TODOS que te amam por apenas um abraço vindo da "razão" daquela saudade dilacerante.
a saudade, em seus picos mais altos,
as vezes me dá a impressão de que vai rasgar meu peito,
me matar.
mas, antes isso fosse verdade!
pois uma vez morta, jamais voltaria a sentir tanta saudade.

*hoje a constatação é de que felicidade é mesmo coisa do passado, aquilo que se percebe só depois que passa, que nossa imaturidade nunca consegue guardar antes de perder pra sempre.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Descrenças em ordem crescente

Vagava eu, ontem, hoje...à alguns dias.
Meus amigos, meus amores, meus casos
Minha falta de fé que insiste em acreditar
No que meus olhos nem podem ver.

Enquantos uns se beneficiam do rancôr
Para com ele se tornarem invisíveis, intocáveis.
Outros apenas fazem suas coleções de mágoas,
Atiram uns contra os outros e, seguem seu curso.

Espalharia eu, se pudesse, apenas o ódio
Mas, em vez disso peco pelo excesso de amor.
Amo o mundo que nem me acolhe, nem me apedreja.
Apenas a indiferença me resta...

Eu continuo a caminhar mas, cada vez mais cansada.
As vezes me sinto tão fora desse globinho de terra e água
Que chego a me questionar se da terra vim e à ela retornarei.
E pelas conversas que ouço...
Não, eu não pertenço a esse lugar.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

de amor e de morte e, de nós.

"Entrou na sala e sentiu na pele o olhar lascivo,
Corrosivo e duro dos seus novos colegas.
A aparência abençoada pelos genes, tempo ou sei lá
Foi logo motivo de ferrenhos debates às escuras..."

Ninguém lê alma, ninguém vê além das aparências
E, talvez esse seja o grande atraso da humanidade.
Alguém se beneficia, alguém paga.
Outros apenas assistem.

Ela a odiava, desejava todo o mal e
Ao ouvir os soluços, o choro pesado através da porta (...)
Sentiu pena de quem quer que estivesse alí e,
Ao deparar-se com a dona daquele lamento sentiu um gosto
Doce, cruel, vulgar de satisfação. Vingança talvez.

Sim, aquele SER tinha sentimentos, sofria!
Logo sentiu-se à altura.
Não precisava mais daquele sentimento mesquinho
De inferioridade que tanto a aprisionou.
Sentiu pena e, quase a abraçou por consolo.

Mas, ao invés de um gesto de piedade
Preferiu o silêncio, a troca de olhares no espelho.
Contou a todos o que viu e, riu. Todos riram!
Todos agora sentiam-se vingados pelo mal que tanto sofreram:
Indiferença.

Mas, o que é indiferença afinal?
É não perceber a nada ao seu redor porque
Seus pensamentos, sua alma e tudo que já amou e,
Teve fé estão tão longe dalí (...),
É ter alguém tão íntimo trasmutado a mero estranho
Ou, apenas sentir que ninguém quer saber
Do que está passando dentro de você, dia a dia,
Hora a hora?

Dormir, acordar, correr atrás do pão de cada dia.
Voltar à cama e, lembrar do que ainda ama
Porém já não pode tocar...
Lembrar toda vez que acorda que está só.
Falar de felicidade e, se atrelar à mantras do "bem"
Para aliviar o peso que já não pode suportar.

O que é realidade, indiferença, paz ou guerra?
O que você sabe sobre mim...
O que você viu além do meu sorriso forçado?
Eu fiz pra te agradar, te ludibriar e te fazer crer
Que posso ser superior ao que eu mesma sinto.

Somos todos tão perdedores de espírito.
Tão cegos! Tão surdos! Tão humanos.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Constatações em atraso.

...amor, só se sente uma vez na vida.
O resto é "fogo", coisas que a alma desconhece
Mas, o corpo, esse sim procura!

Fato: sinto prazer mas, não quero pra sempre.
Paixão, essa ingrata maldita, falsa amiga da sabedoria
Engana, trapaceia, desrespeita a lealdade.
Desse cálice provei, deste sabor quero distância.

Sinto falta de mim, dos meus dias mascarados.
Falta do normal, mediucre, mais ou menos.
Sinto falta de ser aleatória, caipira, banal.
De passar despercebida, de não ser NADA.

Eu não disse mas, dormir sozinha não dói...
Não tanto quanto acordar e dar de cara com
O espelho da própria derrota,
Aquele que me cuspiu na cara os erros da minha futilidade.

Nada causa mais aversão que compartir minha cama
Com um grande erro, previsivo e inevitável.
Você é sádico, eu precisei ser punida.
Trocamos favores mas, baby...
Isso jamais foi AMOR.

Amor, eu sei bem como é.
Passam-se dias, meses, anos e lá está, intacto, inerte às estações do ano.
Amor não muda. Castiga, cobra, corrói-me.
Mas eu nunca te amei, stranger. Nunca!

Contenta-te a ver-me amarga e infeliz.
Teu sucesso é meu fracasso pois, tú
"Solamente" tú soubeste ser a serpente do meu paraíso.
Agora, em pecado... morro aos poucos em uma fictícia paz.

Nunca amei além do que meus dedos puderam assinar
Como contrato de vida, morte, doença e saúde.
Essa, aliás me falta agora pois busco maneiras delicadas, gentís e
Finas de abandonar essa falsa segurança sem soar egoísta.

Egoísmo, amor, fidelidade, eternidade.
God save me from who I am!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Ascensão e queda

Quantas vezes precisei cair

Para aprender que levantar é difícil?

Quanto mais te magoei,

Mais mal causei a mim mesma.

Quanto mais prazer tive,

Mais fui punida (...)



Cair, levantar, se perder. Humilhação.

São as pérolas que colecionei ao longo do caminho.

Quando se quer mais é porque ainda não teve o suficiente?

E, limite, esse é pra quem tem.

Logo não me encaixo. Nunca me encaixei.



Do chão olhei pro alto e,

Tudo parecia maior que eu.

Inclusive o que já pisoteei tanto,

Desprezei e, agora quero de volta!



Pois o tempo vomitou em minha cara os meus pratos prediletos:

Egocentrismo, desdém, orgulho, maldade.