sexta-feira, 15 de maio de 2009

de amor e de morte e, de nós.

"Entrou na sala e sentiu na pele o olhar lascivo,
Corrosivo e duro dos seus novos colegas.
A aparência abençoada pelos genes, tempo ou sei lá
Foi logo motivo de ferrenhos debates às escuras..."

Ninguém lê alma, ninguém vê além das aparências
E, talvez esse seja o grande atraso da humanidade.
Alguém se beneficia, alguém paga.
Outros apenas assistem.

Ela a odiava, desejava todo o mal e
Ao ouvir os soluços, o choro pesado através da porta (...)
Sentiu pena de quem quer que estivesse alí e,
Ao deparar-se com a dona daquele lamento sentiu um gosto
Doce, cruel, vulgar de satisfação. Vingança talvez.

Sim, aquele SER tinha sentimentos, sofria!
Logo sentiu-se à altura.
Não precisava mais daquele sentimento mesquinho
De inferioridade que tanto a aprisionou.
Sentiu pena e, quase a abraçou por consolo.

Mas, ao invés de um gesto de piedade
Preferiu o silêncio, a troca de olhares no espelho.
Contou a todos o que viu e, riu. Todos riram!
Todos agora sentiam-se vingados pelo mal que tanto sofreram:
Indiferença.

Mas, o que é indiferença afinal?
É não perceber a nada ao seu redor porque
Seus pensamentos, sua alma e tudo que já amou e,
Teve fé estão tão longe dalí (...),
É ter alguém tão íntimo trasmutado a mero estranho
Ou, apenas sentir que ninguém quer saber
Do que está passando dentro de você, dia a dia,
Hora a hora?

Dormir, acordar, correr atrás do pão de cada dia.
Voltar à cama e, lembrar do que ainda ama
Porém já não pode tocar...
Lembrar toda vez que acorda que está só.
Falar de felicidade e, se atrelar à mantras do "bem"
Para aliviar o peso que já não pode suportar.

O que é realidade, indiferença, paz ou guerra?
O que você sabe sobre mim...
O que você viu além do meu sorriso forçado?
Eu fiz pra te agradar, te ludibriar e te fazer crer
Que posso ser superior ao que eu mesma sinto.

Somos todos tão perdedores de espírito.
Tão cegos! Tão surdos! Tão humanos.

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