segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Quando nos tornamos estranhos outra vez.

Não existíamos um no mundo do outro,
E era isso mesmo que faltava acontecer
Para acabar com aquela monotonia que
Não feria nem matava de prazer.

E de repente tudo fez sentido,
Você alí, eu aqui, tudo se encaixou.
E o sonho se tornou real,
Nos conhecíamos de outras vidas, era fato.

Mas, nada explica o que houve a seguir.
Não tenho uma resposta, apenas estranheza.
Porque essa sensação de que não viví, não conhecí?
Então tudo se apaga e, voltamos ao começo.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

No meu jardim

Eu tenho elefantes e macacos no meu jardim,
Plantas carnívoras, monstros e fantasmas.
E tudo aquilo que não acredito existir,
Eu convivo com todos em perfeita harmonia.

Eu desconheço os perigos e incentivo o apego,
Eles não são gordos, feios, assustadores ou maus.
A realidade é que é cruel, as memórias...
No meu jardim não existe dia, noite nem olhos abertos.

Só o agora é que importa, o resto foi apagado,
Varrido pelo último dilúvio, onde apenas nós restamos.
Meu jardim também é ilha, ele é qualquer coisa
Onde nem a vida ou a morte tem relevância.

Perguntas aqui não fazem sentido,
Ninguém lembra do dilúvio que alastrou nosso passado.
E, como se nada houvesse realmente existido,
Entendo que ter sonhos é abrir mão de uma estranha paz.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Ruptura

Amigo, vou agora e pretendo não voltar.
Querido, te dei todo meu meu amor e agora preciso dele pra mim.
Elas: não serei eternamente concorrência.
Todos, vocês não me conhecem.

A cada partida é um novo recomeço,
Aprendi isso com os anos.
Assim como aprendi a não chorar,
Pois tudo chega ao fim, escolhendo ou não.

Eu falo qualquer língua se eu decidir
Que de hoje em diante é tudo o que eu quero.
E tudo isso dura tão pouco, pouco, pouco...
Arcadaş, hayati yaşa...haberin yok ölüyörum.

Mas sempre maltratamos nosso passado,
Como dor sem remédio, machucamos quem mais amamos.
Nosso amor é tão inevitável quanto cada tatuagem(...)
E nossas marcas ficam perdidas no tempo, pra sempre.

Toda forma de ruptura é poética.
Ir embora, abandonar sem aviso prévio, "gula gula".
Ninguém fez mais parte de mim que meus erros,
E todos eles fazem de mim a parte que ainda não posso esconder.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Mentiras que dançam...

As mentiras são como belas dançarinas,
Belos movimentos, graciosidade e esgotamento.
Depois de um tempo, recomeçam outra vez...
E em seus encantos, todos dançamos a mesma música.

As verdades flutuam sem lugar para se acomodar.
Verdades não têm lugar entre belas mentiras,
Não têm graça, encanto ou doces movimentos.
São frias e acompanham a desilusão.

Mentiras e verdades dançam e flutuam,
Eu acendo um cigarro mas são elas que queimam tudo.
Bocas e sorrisos passam por minhas memórias
Como filme do verão passado, eu assisto a tudo em silêncio.

Bocas, sorrisos, silêncio, mentiras e verdades.
Eu vivo entre as coisas que não sei compreender.
A verdade é que tudo não passa de uma mentira
E, eu silencío quando não quero mais entender.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Conformismo

Só o conformismo nos transforma em seres alienados,
Desconhecidos de tudo aquilo que fomos
E já almejamos um dia ser.
O conformismo nos aniquila lentamente.

Como a goteira quem ninguém dá importância,
E um dia ela destrói todo um teto,
Privando a casa de qualquer imunidade da mãe natureza.
Quando nos conformamos, perdemos qualquer proteção.

O coração pulsa, está vivo por ausência de morte, pois morrer não é fácil,
É questão de muita espera, e suicídio é para quem tem CORAGEM.
Covardes não saltam de um avião em plena queda.
Esperam, imploram, se humilham por qualquer forma de socorro.

O conformismo é a morte em vida, nada mais resta a dizer.
Pode ir agora, eu não espero mais nada honroso de você.
Nos conformamos com a sujeira que temos a nossa volta.
Eu não vou limpar, vou embora, deixo o resto com você.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

amor eterno que só dura uma noite.

"amor eterno que só dura uma noite,
foi tão intenso, eu não consigo te esquecer.

de agora em diante eu descobri que minha vida,
não tem, não faz nenhum sentido sem você.

até parece que eu não como nunca mais,
até parece que eu não durmo nunca mais.

eles não sabem do que eu sinto,
que é eterno por você.

passa a noite e eu faço planos,
a vida inteira com você!

o amor eterno que só dura uma noite,
vem do nada, assalta, surpreende tão sem porquê.

dentro de cada um de nós existe o maior dos sonhadores,
aquele amor de filme antigo, eterno até morrer.

e vai amanhacendo (já vais?) o tempo que devia congelar,
manter nós dois aqui e, o mundo acabar"

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Como uma pedra rolando.

Entrei naquele bar escuro,
Era só o que eu queria naquele momento.
Me senti a vítima, depois a vilã,
Depois não senti mais nada, apenas fiquei alí.

A reflexão vem com a embriaguês,
Reencontrar velhas paixões,
Dar falsas esperanças à outras,
Faz parte do meu jogo e, a ressaca pode esperar.

Como deveria se portar uma distinta dama?
As vezes não sei se sou mulher, homem ou cavalo.
Na maior parte delas, tenho certeza que não sou como as outras.
Mas meus anseios são os mais ordinários, comuns (...)

Eu prezo o drama, gosto de sofrer
Lembrando que tudo que mais amei, vi indo embora.
E a cada novo amor,as despedidas já nem têm cerimônias.
Alguém dá as costas, alguém ainda fica assistindo.

Depois, eu sou a dona dos meus pecados.
E cometo um à um com indefinível prazer.
Não sinto culpa, não sinto pena.
Quem tem medo, não pode ter poder.

E agora, nesse lugar que jurei não voltar mais,
Pago por minhas grandes companheiras, e elas estão vazias.
Uma ressaca à caminho, promessas à esmos.
Mas como uma pedra rolando, eu não páro por aí...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Tango

Alí mesmo onde tudo começou, findou.
A rua, as músicas, os personagens.
E de todas as certezas de outrora,
Agora apenas a inconformidade e o sentimento
De uma traição, à sí mesmo, lhe acompanhava.

Impossível reconhecer naquelas olhos castanhos
As mudanças que havia sofrido de uns tempos pra cá.
Ele se sentia traído em suas apostas, tantas vezes ganhas.
Nela, não havia expressão que explicasse tal reação.

Esboçou qualquer resposta que sentiu: devia dar.
Não havia. Quê dizer àquele que nada mais tem à dizer?
O tempo passa para todos aqueles que esperam por ele.
E o seu tempo, não menos especial que outros, passou.

Morte lenta e sofrida, agora a paz, supostamente, "eterna".
Diria que tanto te amei a ponto de me odiar.
Porque quando se dá tudo que de sí, nada resta à compensar.
Uma vez vazio, o espaço se faz aberto outra vez.

E, assim se faz um tango,
De amor e de morte, de drama em preto e branco.
De mil anos de solidão e de poesia de alcôva,
E da dolorida inspiração de cada adeus.

"je ne t'aime plus, mon amour,
je ne t'aime plus tout les jours"

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Carne

E de repente, tudo ficou tão claro.
Os dias foram correndo, expirando os prazos,
Matando as esperanças,
Devolvendo a realidade ordinária.

Mas, não há culpa nem culpados.
Nós que somos feitos de carne e instinto,
Dependemos de uma noite extraordinária
E algumas promessas vazias.

Eu não ousaria fazer observações,
Me limito apenas a entender.
Nossos corpos são ferramentas de prazer e dor,
Nos usamos uns aos outros para consertar certas falhas.

Quem sou para julgar atos que me soam familiares?
Talvez devesse agradecer o favor de me devolver à terra dos mortais.
Mas, minha recuperação beira o fatídico desprezo...
Tudo me vem e vai tão rápido que chego a duvidar que existiu.

Somos feitos de carne, escravos de tais necessidades.
Obedecemos nossos instintos e, ferimos desmedidamente.
Eu não o culpo, apenas aguardo o dia seguinte.
E, essa mínima dor que sinto agora, é em nome do meu egoísmo.

Já contamos nossas mentiras de uma noite eterna,
Com planos detalhados e promessas impossíveis.
Não precisamos de uma segunda chance
Para perceber que duas partes iguais não poderiam se encaixar, jamais.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Entre linhas...

Te amo, sempre te amei.
E foi-se o tempo do ego ferido,
Daquele ódio desmedido,
Das juras de vingança e do desprezo ensaiado.

Te amo, e tua falta é sentida
Toda vez que me deito e não me encaixo em você,
Não cheiro teus cabelos e, não aperto aquela barriguinha
Pra te ouvir reclamar.

Sempre te amei, e depois de tanto rancôr
Parece que meus dias foram roubados.
Minha alegria é tão artificial quanto
Todas as vezes que acreditei querer outro mais que à você.

Te amo e sempre te amei, inconsolavelmente.
Por isso estou fazendo as malas, e indo pra tão longe.
Pois é à outros que puno por não mais te ter.
Equando eu te machuco, é um pedaço de mim que assisto, lentamente, morrer.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Diamantes roubados

Nós que atravessamos tantos mares revoltos,
E lutamos bravamente por cada vitória,
Chorávamos juntos cada derrota
E nós sentíamos heróis a cada ano novo.

Entre piratas, conquistadores e mercenários,
Foi possível sobreviver tantas vezes.
Olhei pra você que que foi meu grande cúmplice nessas jornadas,
Eu fui feliz, eu senti orgulho dos nossos tantos baús expostos.

Ali, a cada ano perdíamos e ganhávamos diamantes.
Quando havia abundância, nos olhávamos com paixão
E, a cada perda, um navio afundava dentro de nós.
E com a derrota anunciada, nossos olhos se desviavam cada vez mais.

Nosso orgulho era tamanho que nossos diamantes ficavam expostos,
E todos esses ladrões dos mares viviam entre nós, como amigos, comparsas.
Pouco a pouco nossas preciosidades iam desaparecendo.
A culpa seria do teu desdém, ou da minha ostentação desmedida?

Nossos diamantes foram roubados,
Entre tantas festas no convés, nos descuidamos.
E descobrimos, na miséria e no abandono, o quanto nós piratas,
Somos frágeis e desleais, fadados ao náufrago.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Daquelas palavras deixadas....

"As evidências mostram duas pessoas que já não estão entre si.
E esse raro momento de sentimentalismo barato,
Faz de mim aquela parte desprezada que procura ainda se encaixar,
Tem medo de perder o que já não pode recuperar.

Você e tuas belas palavras, "sometimes so cruel"...
Conhece o poder de cada sílaba e, eu conheço a dor que elas causam.
Eu sei que só vou esquecê-las quando nunca mais souber de você.
Enquanto tu as dirige à outros amores, eu me dirijo para o bar."

Imaturidade

Nas madrugadas de televisão com música, chat e cerveja,
A insônia é a única conselheira atenta ao que me perturba.
Ela me ouve e, me explica algumas dúvidas
E me esclarece a raiz de algumas carências insubstituíveis.

Eu que leio tanto, penso tanto e falo tanto.
Pouco, ou nada, chego a concluir.
Tudo parece tão vago agora e, essas imagens
De pessoas e lugares...eu só penso em fugir daqui.

Alguém me ama e acredita em mim.
Mas, como faço isso valer a pena?
Eu regresso aos meus velhos erros e me jogo do penhasco outra vez,
Sem pensar em quem vai sofrer a minha falta.

Você segura minha mão enquanto um sorriso no fundo do poço me hipnotiza.
Você não pode me salvar pra sempre e, um dia vai me deixar cair.
E todos os países, ruas,capitais que percorri serão inúteis outra vez.
Eu acabo voltando ao mesmo lugar, aquele que nunca vai me pertencer.

E esse belo par de olhos jamais veria além do que te atrai em mim.
Essa beleza combinada a inocência me perverte. Sabia disso?
E minha insônia me diz que é hora de abandonar velhos vícios de amor e ódio.
E por amor próprio, amar você que tem com a chave para a saída desse labirinto tão antigo: minha imaturidade.

domingo, 4 de outubro de 2009

Meus 3 amores.

Quão grande é seu coração para dizer que o meu
Não pode comportar tanto "sentir"?
E das partes que eu preciso,
Quantos de vocês são necessários para completar cada compartimento sentimental?

O que é convencional pra ti pode ser pouco pra mim.
Eu preciso da eterna criança. Perdido e manhoso,
Que chora em meus braços e, pede proteção, carinho, comida.
Eu alimento com gosto e, sei que estou completa, quase mãe.
Eu confio desconfiando...

Preciso do canalha, frio e sádico.
Aquele que me faz gemer como fêmea no cio, me mata de ciúmes e ódio.
Me conta algumas mentiras quase previsíveis e,
Depois me faz voltar à realidade: eu sou HUMANA.
Eu não posso confiar.

E, preciso do bom-moço-equilibrado.
Ele faz planos comigo e, me faz sentir ÚNICA,
Dorme e acorda preocupado com meu bem estar.
E, não importa quão longe esteja, me assegura de que é apenas meu.
E...eu devo confiar.

Preciso da criança para abraçar
E, amar incondicionalmente.
Do canalha para ter orgasmos e algum derivado "comum".
E do bom moço para para me mostrar que eu não sou nem dona-de-casa, nem tão vadia...

E, por compartimentos,
Gostaria de ter ali guardado cada um deles.
Por que eu sempre preciso de todos, TODOS...
Em diferentes momentos da minha vida.
Porque quando eu mudo, eu MUDO.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Carta aos meus rejeitados

Meu amor, todos somos vítimas de algo,
Alguém de você, você de mim, eu de outro alguém...
Mas, por favor não me torture com telefonemas,
Mensagens que nunca obterão resposta.

Você apenas me faz ter dois trabalhos,
Um de lembrar o que fiz questão de esquecer,
E o outro de deletar o que foi escrito por tuas mãos.
Tempo é precioso, use bem o seu sem roubar o meu.

Eu sei, você me acha cruel e adoraria me ver sofrer.
Mas, a boa notícia posso te dar agora:
Eu conheço bem esse sabor que está em sua garganta
E, meus dias não foram diferentes dos teus.

Naturalmente, nada do que eu argumentar
Será de grande ajuda pra você,
Nada justifica nossos instintos primitivos,
De caça, abatimento, satisfação e rejeição da carcaça.

Não espere de mim qualquer piedade ou retorno.
Eu decidi ser a dona da rua,
E nela, agora só eu ando, LIVRE.
Você pode passar por ela, mas lembre de voltar ao seu lugar.


*dedico àqueles que não sabem perceber quando a brincadeira acabou.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Casa vazia.

Nada ficou em seu lugar além de um estrondoso silêncio.
E não houve chimarrão que pudesse esquentar
Aquela parte dentro de mim que dependia do teu calor.
Não houve adaptação que não soasse como castigo.

E, depois de algumas ilusões necessárias,
Encarei no espelho um rosto cansado, perdido.
As mutações sofridas ainda eram tão presentes
Que parecia que era sempre o começo.

E ví passar dias, meses , anos.
Esperei cada dia 22, 25...cada mês de janeiro, outubro.
E já me dou com outro setembro.
E a casa continua lá, com nossa mobília sentimental fora do lugar.

Algo alí não se encaixava mais.
Mesmo no abraço apertado havia distância
E, no sorriso escancarado havia mágoa.
Múmias verdes, foi o máximo que nos tornamos.

domingo, 30 de agosto de 2009

O sol da noite.

A solidão transforma, apavora.
De amáveis à sombrios,
De felizes à loucos.

Qual a linha que separa a demência da lucidez
Quando tudo parece surreal?
Eu faço perguntas às paredes e
Pretendo fingir que estou bem.

Eu guardo segredos e, não peço clemência.
Meus crimes cometo sozinha,
E minhas companhias fazem mais vazia.

Que monstros criei eu!
Brindando em mesas de bar com desconhecidos,
Alimentando-me de falsos sorrisos.
As vezes nem eu sei quem sou.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Madrugada adentro.

A violência de um beijo sem paixão,
Os teus olhos negros.
Na madrugada vazia
O frio e a embriaguês nos fazem capazes.

Tome meu corpo em tuas mãos,
Use-o. Alimente-se dele esta noite.
Pois uma alma vazia não faz distinção
De suas vítimas ou, seus carrascos.

Use meu corpo sem cerimônias.
Depois, apenas apague a luz e feche a porta.
Dispenso quaisquer cuidados ou,
Demosntrações de afeto.
Não quero saber de ti, nem passar de um objeto.

Em mim, poucas marcas ficam depois.
E elas saem após um longo banho.
Vai, tome meu corpo.
Mas, não seja mais que um estranho.

Pois um corpo já frio não sente dor ou prazer.
E minh'alma vagueia madrugada adentro.
E minh'alma chora...
E minh'alma chora.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Todo fim é apenas ordinário.

Sinto a punhalada em minhas costas,
Ao dar-me com tua face,
Nem sequer consigo deixar esvair
Qualquer nota de surpresa.

Não sinto contra mim qualquer conspiração,
Maldade ou, vingança velada.
Apenas tua presença.

És quem és.
E, em tuas práticas já não resta em mim
Qualquer dúvida de tudo que éres capaz.

E vês!
Nem pareces mais o mesmo
Que um dia confiei tanto do que havia em mim.
Cegamente.

Vês, meu bem.
Quando as cortinas se fecham voltamos à quem sempre fomos.
E já nem posso mais ser platéia da tua entediada atuação.
E você mesmo já esqueceu as falas do teu papel.

E téns, agora
Um palco onde atuas sozinho.
E tua corja irá te aplaudir,
Enquanto lhe fores útil.
Mas, quando a luz se apaga (....)

domingo, 16 de agosto de 2009

Encantos, encantos...

Depois dos primeiros contatos gentis,
Meu coração de porcelana agora é só seu.
Cuida bem, lembra de mantê-lo com seu brilho
De recém adquirido. Ele pulsa e brilha por ti.

És um lord na arte de conquistar um coração velho de guerra
Que pouco se impressiona ou, ainda sente.
És tão encantador que só pode não existir.
Por isso, cá estou eu agora com reflexões contraditórias.

O cair da tarde de domingo vem com a notícia ácida
Dos primeiros desencantos.
Daqueles que endurecem, nos fazem cair do céu.
Daqueles que, ainda que esperados, doem como se fosse a primeira vez.

Retrocedo, me afasto. Planejo não fazer mais planos.
Me sinto perdida, desprotegida e amarga.
Me levanto, encho minha taça de vinho e ouço música alta.
Eu te exorciso, como todas as vezes que já precisei do mesmo porre.

Meu coração é de porcelana, purpurina e laquê.
Ao cair, se apaga, se parte em mil pedaços, perde a forma.
É reconstruído com certa dificuldade...
Um dia, de tantas reconstruções que já sofreu,
Vai deixar de se partir, por falta de novos espaços.

Assim como vai deixar de ser uma peça decorativa e, sensível.
Pra dar lugar á um objeto grotesco e maltratado.
Sem dono, sem brilho e sem encantos.
Talvez nesse dia eu entenda a essência da vida morta que um ser racional precisa.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Nice guys lover

Existe um ser perverso que mora em mim,
Ávido por sangue de sacrifícios.
Enquanto tantos se vangloriam de conquistas atrás de conquistas,
E com isso atraindo novas presas,
Eu quero apenas o bom rapaz.

Aquele que me serve, me diz pela manhã que estou linda.
Faz minhas vontades, e fica agradecido pela minha presença dominadora.
Eu quero ser ouvida, amada, idolatrada. Salve! Salve!
Meu egoísmo não conhece limites, e exijo absolutismo.

Se amei aqueles que me foram tão opostos,
Foi por mero erro de persurso. Um engano!
Eu gosto é dos bons, dos educados e solícitos.
Gosto de escravizar e depois compensar com muito amor e cuidado.

Porque somente os bons,
Aqueles que se sacrificam em nome do meu amor
Merecem o meu respeito.
ESSES bons mocinhos não serão cornos como os outros malvadinhos foram.
Yeah. Os meus malvadinhos sempre foram CORNOS.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Depois de uma noite mal sucedida.

Conheço o gosto do teu beijo,
O cheiro do teu corpo quando acorda,
Quando passa o dia todo na rua.
Reconheço teus passos quando está chegando.

Conheço tanto de você que não consigo separar
O que é meu ou seu. Tudo é NÓS.
Tudo em você me preenche, é nescessário.
Tua voz, tua saliva quente, teus dedos entre meus cabelos.

Tudo em você brutalmente é essencial.
Eu sou a fêmea ao dispôr de todos os teus caprichos.
Eu não preciso de você, eles me dizem.
Mas, eu não consigo deixar de ser teu objeto.

Você me usa, eu agradeço.
Me embriago em outros braços pra depois lamentar tua falta.
Quero acabar com isso. Vou embora. Tenho opções.
O desespero de que você não seja mais meu volta a me atormentar dia e noite.

Mais uma noite à qual eu quase te esquecí.
Eu quase senti outra vez aquela sensação do novo começo.
Mas, passou. A ilusão passa num piscar de olhos e três copos.
E meus sentimentos são ambíguos, cruéis, cínicos, mas são SEUS.

A tua frieza é a minha punição.
Eu mereço, aceito e agradeço outra vez.
Você é CRUEL! Frio. Sádico. Isso me machuca tanto...
E é isso que te faz tão dono de tudo que te cerca.
Tão dono de mim. Eu não preciso de compreensão.

domingo, 2 de agosto de 2009

Souvenirs.

E com você vai ser sempre assim,
Lembro, esqueço, quero e não quero mais.
A razão diz que isso já acabou.
Mas isso não é amor. Eu só não sei o que é.

Eu não sei o que você tem de tão especial,
Que por mais longe que eu vá, eu sempre volto.
Eu permito que você bote e tire o sorriso da minha cara.
Eu faço comparações onde VOCÊ se torna incomparável.

Ao mesmo tempo, eu já me habituei tanto a tua ausência
Que até prefiro as lembranças à uma continuação.
Você se tornou meu maior souvenir no baú das memórias.
E elas estão vivas e intactas enquanto você não mais me pertence.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sobre fotos antigas.

Ver fotos antigas é como assistir ao próprio funeral.
Nelas, já não há mais vida.

Mas algumas lembranças saltam aos olhos, ao coração...
E, conter as lágrimas é como se auto-renegar.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

E o nosso passado passa por nós.

Hoje saí sem vontade de ser, estar.
Apenas saí andando e cheguei.
Onde também não fazia questão de estar.
Porque nessa cidade, tudo lembra o que também já não quero lembrar.

A música alta com conversas, a juke box, os sorrisos, as expectativas.
Um dia também te olhei assim, com esse cio de caça.
Um dia você também me olhou e, eu me senti tua presa.
Por prazer, convicção. Eu quis ser sua.

E hoje, como dois estranhos evitamos qualquer contato.
Quando tudo começou a dar errado? De quem foi a culpa?
Hoje, como dois estranhos seguimos o que talvez não deveria ser interrompido:
Quem não éramos para ser, jamais.

terça-feira, 14 de julho de 2009

você, as 4 estações.

gosto dessa má conduta,
desse desprezo,
desse orgulho que não cessa.
es tão dono de sí que nunca estará só.

ambos sabemos que teu personagem já vendeu mais,
eu também já acreditei nele e, tantas pessoas...
tú sabe como ingnorar,
conhece meus pontos fracos.

mas, a má notícia é que também conheço os teus,
eu aprendi a dar as cartas no teu jogo.
aprendi teus truques e estudei tuas trapaças,
você já não é mais o vencedor.

saia dessa bolha fantástica que te consome,
que te faz acreditar que estás protegido.
és tão vulnerável quanto uma uma rosa na tempestade,
és o leão velho e ferido no rosto por outro mais jovem.

você .....você já não me fere mais,
talvez ainda prenda minha atenção, de vez em quando
talvez ainda receba meus poemas mas,
ainda assim apenas uso tua imagem por falta de dor.

você, 2008 e as quatros estações passaram.
é tudo novo outra vez, renove-se.
pior que não despertar mais paixões é,
não despertar mais SURPRESAS.

Nossas mentiras

Porque tuas mentiras ainda me ferem tanto?
Penso tanto nelas,
Lembro tanto...que parece até que elas
Já são minhas, de tanto que as tenho em mim.

Nunca vais arcar com o peso de cada palavra que saiu da tua boca.
Que me tira a fome, o dia, a noite, a minha verdade.
Confundo minhas lembranças e, tudo vem distorcido em
Minha mente. Você nunca foi real.

Essa dor é lisérgica. É enlouquecedora, suicida.
Vai, sorrí com teus amigos,
Procure alguém para ocupar meu lugar na sua conchinha.
Abras as portas do coração que sem piedade, me aprisionastes.

Nossas pérolas foram espalhadas pelo chão.
Nossos valores foram perdidos numa madrugada qualquer.
E quem ficou os restos do que foi nosso?
Eu, você....ninguém, tantas pessoas. Quem?

As vezes preciso me resgatar dos delírios de amor e ódio.
Do vazio que existe em mim.
Com que mãos frias me arrancaste tudo que havia em mim?
Não sinto, não continuo, não morro e não mais vivo.

Nossas mentiras, amor e culpa.
Até quando vou maquiar essa carcaça,
Se dentro já não há mais o que se possa aproveitar?
Não há sonhos, frio na barriga ou febre de nova paixão.

Ao revirar a casa, nada encontrei
Além de um baú entupido de velhas mentiras. As nossas.
Nós fomos irreais e,
De agora em diante seremos apenas lenda.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Tanta calma ruidosa.

Através desses teus olhinhos verdes,
Tão claros como os primeiros raios do dia,
Posso sentir por um momento tantos anos em apenas
Poucos segundos.

Teus belos olhinhos me fazem lembrar dos meus dias mais especiais,
Mais felizes, dos que eu gostaria de ter esquecido.
Nos últimos 8 anos você tem feito parte de cada passo que eu dei e
Tantos deles foram por você, e alguns deles te machucaram, eu sei.

De vez em quando me pergunto sobre essa calma.
Não sei até onde esse silêncio significa paz.
E, se é paz... não é dessa paz que preciso.
Sinto falta do barulho de uma vida completa, de um lar.

Talvez eu tenha te obrigado a ser meu outro eu.
Te ensinei a amar, sentir segurança, ser feliz e
Bruscamente sair correndo, deixando tudo para trás.
Reaprendendo a adaptar-se a uma nova vida.

Vezes por egoísmo, vezes por exagerada fé no "ideal".
Talvez tudo isso tenha te ferido tanto quanto a mim
Mas, sei que isso também te fez mais forte.
Você, mais que tudo, é a maior parte de mim.

Hoje, ao acordar com teus olhinhos me encarando com ternura,
Foi como ver um filme de minha história passando...
Eu ainda não desití. Ainda luto pelo nosso melhor.
É somente tua inocência me devolve por poucos minutos,
O que a vida nessa terra já roubou de mim.

*Tarja,8 anos.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

o tempo do amor.

" à duras penas se descobre que o tempo muda,
dia, noite, inverno, verão.
as flores, por mais belas que sejam, crescem e morrem,
chuva cai e desaparece e,
o que ficou molhado, seca.
mas as pessoas,
esses seres falhos da obra divina,
esses seres providos de inteligência e sensibilidade,
esses...não mudam.
talvez queiram ser melhores e, dormir com a conciência mais tranquila, ter bons sonhos e,
acreditar que em algum momento virá a recompensa de seus feitos, os bons.
porque nos maus o medo do raciocínio impede uma análise realista e, talvez assustadora.
porque eu descobri que inferno ou céu existe na fé de cada um,
mas o pagamento pelas minhas obras eu recebo aqui mesmo,
em espécie, reação aleatória ou divã de psicólogos.
cada um enlouquece a sua maneira, não é "pecado"
mas, causar a dor por satisfação é a falta de nobreza
daqueles que odeiam a si mesmos e, não sabem a quem punir.
certos vícios, certas pessoas, certas atitudes mudam pra sempre o curso de uma história,
marcam eternamente.
e a memória não é reciclável.
mas o amor, esse sentimento corrosivo que tanto nos faz falta e, quando o temos faz mal...
mais dia menos dia...o amor se torna RECICLÁVEL.
ainda que ali existam fragmentos e acidentes do passado,
ainda assim é possível o reaproveitamento de cada partícula fragmentada.

o amor é reciclável"

terça-feira, 2 de junho de 2009

O inverno...

Existe um pacto demoníaco entre o inverno e a solidão,
Um não mais vive sem o outro.
No inverno e as boas lembranças vem atacar cruelmente,
Friamente.

Os dias são mais longos e as sensações de desespero
São mais corriqueiras.
Caminhar pela casa,ouvir os próprios passos,
Tudo parece tão amedrontador.

Nesses dias bem frios é que eu lembro das escolhas que fiz,
Lembro de tudo que amei e não tenho mais.
Procuro programas de inverno pra fazer, procuro,
QUERO, imploro por companhia mas,
Sinto que a única solitária da terra ainda sou eu.

E, parece que até o horóscopo está contra mim:
_Sim, você está só. Próxima pergunta.
Eu passo a desconfiar dos meus queridos,
A sensação é de que existe uma notícia da qual eles querem me poupar (...)

O cinza e o negro estão no ar,
Eu perco a fome...a vontade de ter vontade.
Sinto que tento em vão recuperar o que já está destroçado
E, já nem reconheço como "familiar"os pedaços que ainda existem.

Sinto que só eu ainda SINTO.
E a má notícia é que não encontro a fórmula ideal
Para arrancar de mim, à força, aqueles detalhes tão fatais.
O que eu já não quero mais AQUI.

terça-feira, 26 de maio de 2009

saudade. (J)

saudade é algo incontrolável,
aquém do que acreditamos ser o melhor pra nós.
saudade é algo que nas noites de domingo fica ainda mais evidente.
pois na solidão é que nos damos conta do que mais sentimos falta.
saudade também é estar no meio de tantas pessoas que te abraçam,
te dizem o quanto prezam por você e, mesmo assim,
egoistamente você trocaria todos, TODOS que te amam por apenas um abraço vindo da "razão" daquela saudade dilacerante.
a saudade, em seus picos mais altos,
as vezes me dá a impressão de que vai rasgar meu peito,
me matar.
mas, antes isso fosse verdade!
pois uma vez morta, jamais voltaria a sentir tanta saudade.

*hoje a constatação é de que felicidade é mesmo coisa do passado, aquilo que se percebe só depois que passa, que nossa imaturidade nunca consegue guardar antes de perder pra sempre.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Descrenças em ordem crescente

Vagava eu, ontem, hoje...à alguns dias.
Meus amigos, meus amores, meus casos
Minha falta de fé que insiste em acreditar
No que meus olhos nem podem ver.

Enquantos uns se beneficiam do rancôr
Para com ele se tornarem invisíveis, intocáveis.
Outros apenas fazem suas coleções de mágoas,
Atiram uns contra os outros e, seguem seu curso.

Espalharia eu, se pudesse, apenas o ódio
Mas, em vez disso peco pelo excesso de amor.
Amo o mundo que nem me acolhe, nem me apedreja.
Apenas a indiferença me resta...

Eu continuo a caminhar mas, cada vez mais cansada.
As vezes me sinto tão fora desse globinho de terra e água
Que chego a me questionar se da terra vim e à ela retornarei.
E pelas conversas que ouço...
Não, eu não pertenço a esse lugar.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

de amor e de morte e, de nós.

"Entrou na sala e sentiu na pele o olhar lascivo,
Corrosivo e duro dos seus novos colegas.
A aparência abençoada pelos genes, tempo ou sei lá
Foi logo motivo de ferrenhos debates às escuras..."

Ninguém lê alma, ninguém vê além das aparências
E, talvez esse seja o grande atraso da humanidade.
Alguém se beneficia, alguém paga.
Outros apenas assistem.

Ela a odiava, desejava todo o mal e
Ao ouvir os soluços, o choro pesado através da porta (...)
Sentiu pena de quem quer que estivesse alí e,
Ao deparar-se com a dona daquele lamento sentiu um gosto
Doce, cruel, vulgar de satisfação. Vingança talvez.

Sim, aquele SER tinha sentimentos, sofria!
Logo sentiu-se à altura.
Não precisava mais daquele sentimento mesquinho
De inferioridade que tanto a aprisionou.
Sentiu pena e, quase a abraçou por consolo.

Mas, ao invés de um gesto de piedade
Preferiu o silêncio, a troca de olhares no espelho.
Contou a todos o que viu e, riu. Todos riram!
Todos agora sentiam-se vingados pelo mal que tanto sofreram:
Indiferença.

Mas, o que é indiferença afinal?
É não perceber a nada ao seu redor porque
Seus pensamentos, sua alma e tudo que já amou e,
Teve fé estão tão longe dalí (...),
É ter alguém tão íntimo trasmutado a mero estranho
Ou, apenas sentir que ninguém quer saber
Do que está passando dentro de você, dia a dia,
Hora a hora?

Dormir, acordar, correr atrás do pão de cada dia.
Voltar à cama e, lembrar do que ainda ama
Porém já não pode tocar...
Lembrar toda vez que acorda que está só.
Falar de felicidade e, se atrelar à mantras do "bem"
Para aliviar o peso que já não pode suportar.

O que é realidade, indiferença, paz ou guerra?
O que você sabe sobre mim...
O que você viu além do meu sorriso forçado?
Eu fiz pra te agradar, te ludibriar e te fazer crer
Que posso ser superior ao que eu mesma sinto.

Somos todos tão perdedores de espírito.
Tão cegos! Tão surdos! Tão humanos.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Constatações em atraso.

...amor, só se sente uma vez na vida.
O resto é "fogo", coisas que a alma desconhece
Mas, o corpo, esse sim procura!

Fato: sinto prazer mas, não quero pra sempre.
Paixão, essa ingrata maldita, falsa amiga da sabedoria
Engana, trapaceia, desrespeita a lealdade.
Desse cálice provei, deste sabor quero distância.

Sinto falta de mim, dos meus dias mascarados.
Falta do normal, mediucre, mais ou menos.
Sinto falta de ser aleatória, caipira, banal.
De passar despercebida, de não ser NADA.

Eu não disse mas, dormir sozinha não dói...
Não tanto quanto acordar e dar de cara com
O espelho da própria derrota,
Aquele que me cuspiu na cara os erros da minha futilidade.

Nada causa mais aversão que compartir minha cama
Com um grande erro, previsivo e inevitável.
Você é sádico, eu precisei ser punida.
Trocamos favores mas, baby...
Isso jamais foi AMOR.

Amor, eu sei bem como é.
Passam-se dias, meses, anos e lá está, intacto, inerte às estações do ano.
Amor não muda. Castiga, cobra, corrói-me.
Mas eu nunca te amei, stranger. Nunca!

Contenta-te a ver-me amarga e infeliz.
Teu sucesso é meu fracasso pois, tú
"Solamente" tú soubeste ser a serpente do meu paraíso.
Agora, em pecado... morro aos poucos em uma fictícia paz.

Nunca amei além do que meus dedos puderam assinar
Como contrato de vida, morte, doença e saúde.
Essa, aliás me falta agora pois busco maneiras delicadas, gentís e
Finas de abandonar essa falsa segurança sem soar egoísta.

Egoísmo, amor, fidelidade, eternidade.
God save me from who I am!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Ascensão e queda

Quantas vezes precisei cair

Para aprender que levantar é difícil?

Quanto mais te magoei,

Mais mal causei a mim mesma.

Quanto mais prazer tive,

Mais fui punida (...)



Cair, levantar, se perder. Humilhação.

São as pérolas que colecionei ao longo do caminho.

Quando se quer mais é porque ainda não teve o suficiente?

E, limite, esse é pra quem tem.

Logo não me encaixo. Nunca me encaixei.



Do chão olhei pro alto e,

Tudo parecia maior que eu.

Inclusive o que já pisoteei tanto,

Desprezei e, agora quero de volta!



Pois o tempo vomitou em minha cara os meus pratos prediletos:

Egocentrismo, desdém, orgulho, maldade.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A dose.

Qual a dose certa de ilusão?
Cada um em cada "mão" e, se errar
Não há perdão.

Me pergunto sobre o certo e o errado
Mas, tudo muda tantas vezes.
Nada passa de um ponto de vista a mais a ser questionado.

Tu me trás a taça de fel,
Eu agradeço sorrindo, ensaiando satisfação
E teu sorriso é sempre maior que o meu.

Da sua altura ao seu ego,
Tudo era tão imenso que mal pude crer
Que ao provar do próprio veneno pudesse, VOCÊ, padecer.

Hipócrita! Finges não ser feito de carne.
Não sentir o que o corpo sente, a dor.
Teu reino desaba e, tu finge não lamentar.

E no seu teatro de ilusões contínuas
Tu é o mestre de cerimônias que maenos acredita no que apresenta.
De minha parte, tenho pena de ti.

Pena de ver o quanto tuas ilusões egocêntricas te afundam
No mar negro dos sonhos irrealizados e secretos.
Aqueles que moram na alma e, aos poucos vão
Apodrecendo sem que você possa buscar a cura.

Desconheces a dose certa de ilusão.
Desconheces a mão que te afaga e, em troca nada exige.
Perdestes a linha que me liga a você.

E, ao se dar conta estará tão longe que jamais alcansará
A sua própria verdade,
Aquela que te confere como carne e,
Como ela: falha, putrefata, passageira.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Pequenos fragmentos de um amor perdido

Tudo que parecia belo, ruiu.
E, a despeito das boas lembranças
O presente se faz desolador.
Cada mínimo detalhe é uma tempestade de lamentos.

Ao passar por aquela avenida,
Eu podia ouvir as risadas, sentir os abraços.
Lembrava da primeira vez....
Como tudo começou e, alí mesmo acabou.

Lembrei do quanto fui feliz na minha inconsequência
E, o quanto não deveria lamentar (...)
Meu passado é a mão pesada que me guia,
Não posso me livrar jamais, ainda que as vezes me assuste.

A acústica do corredor longo, nossos passos...
Sua mão acariciando meu cabelo.
Se tudo parecia eterno porque agora não existe mais?
Ainda que eu volte atrás, nada mais se parece comigo.

Já me habituei ao cultivo das lembranças
E, você provavelmente nem precisa mais delas.
Acho que fiquei com as duas partes e, por isso
Ainda carrego tantos fragmentos deixados
Por aquele tempo que não pertence a mais ninguém.

domingo, 22 de março de 2009

Cobra Cascavel

Nasceu indefesa mas ninguém quis dar à ela
O fim que uma cobra merece (segundo caçadores).
Foi crescendo sob a proteção de uma mulher
Amargurada pela vida, traída.

Se tornou bela, grande, saudável.
Nem parecia uma cobra pois mal viveu em seu habitat natural.
Recebia e, retribuia carinhos na mesma proporção.
Graciosa, encantava tantos aos camponeses ignorantes
Quanto aos moderninhos da cidade que queriam exibir tal exótica companhia.

Logo se tornou celebridade por onde passava.
Adorava tanta atenção e, sem que percebessem
Ela ia atraindo todos para sua grande, bela e fatal boca.
Parecia sempre inocente ao receber um olhar qualquer.

Mas, como era cobra, ainda que domesticada
Sua essência pulsou mais forte sem que ela mesma a desejasse.
E, com seu timbre agradável de 19 sinos,
Logo começou a atrair para seu leito suas vítimas.
Homens, mulheres. Um a um foram envenenados.

E, os anos foram passando e, ela perdoava a sí mesma do mal que causava.
Já sozinha, vivia de mil contos fabulosos e suspeitos.
Porém encantadora serpente, salvava sua pele todos os dias com destreza única.
No fundo não se sentia diferente do mundo que a acolhia ou, não acreditava ser cobra.
Num dia acordou e, se deparou com uma bela mulher.
Achou graça mas, quando entendeu ser aquela sua figura no espelho, chorou.

Se sentiu vítima da própria natureza,
Não entendeu porque foi acolhida, amada e, ao mesmo tempo enganada.
Durante tanto tempo sentiu segurança onde não havia,
Não passava de objeto de caça e, seu encanto era o que mais atraía todo
O mal de uma raça, a humana. O que ela se tornou.
E, na terrível constatação, não tinha a quem vingar.
Apenas lamentou inconsolável, não suas vítimas mas, ao roubo de si mesma.

domingo, 15 de março de 2009

A morte.

A morte é o recomeço.
Morte é colorida, multifacetada.
Tu conhece a morte?

Eu conheço algumas,
Morte dos princípios, da surpresa
Morte da honra, da própria boca.
Aquela que tanto fala sobre "lealdade"
E, logo morre pela própria nescessidade.

Seca porém, latente de vida zumbi.
A morte se faz amiga daqueles que cansaram
De fingir que ainda estão vivos.
De ver morrer em vida tantos sorrisos.

A morte é o meu ontem,
Pois algo em mim morreu ao dar-me conta
De que vivo na companhia de fantasmas.
Outrora, em momentos mais felizes tanto amei.
Agora jaz com tudo que já cultivei,
Cada sorriso falso em caras tão conhecidas.

A morte da amizade é triste,
Morte do amor puro, inocente...
Sonhos que morreram adormecidos
Do cansaço, a morte se fez presente.

Matei em mim aquela menina do campo,
Munida de belos planos e, cadernos.
Para dar vida a tantos vampiros urbanos,
E, logo desceu ao inferno...

Hoje suga sangue, morta-viva.
Não sente pois, morta já está.
E quantas punhaladas foram preciso!!!
...custou a morrer por não querer acreditar,
Que pouco a pouco, era seu sangue à alimentar
Tanta ganância e, desperdício
De uma vida que nunca encontrou um lar.

*para meus amigos/fantasmas que só na noite encontro, não mais me assustam pois, já me acostumei e, agora posso sentí-los mais invisíveis do que nunca, mesmo sendo eu, mais "uma" de vocês.

sábado, 14 de março de 2009

Ciúme

O ciúme nasce da ausência, da incerteza.
Sei que acreditas ser melhor assim,
Me poupando de sua natureza.
Se morasse dentro de mim
Sentiria o quanto dói a punhalada
De tamanha gentiliza.


Não me poupa como acredita,
Não mais que me fere ainda mais
Mas, como é tudo confuso e inevitável
Tento apenas não olhar para trás.
E, quando estás comigo esqueço todo o mal que isso me faz.


Se soubesse o quanto de minha dependência vital
Mora na sua atenção dispensada
Talvez fugisse ou, me amaria eternamente.


O ciúme me descontrola
Me sinto louca, perversa, te odeio!
Logo me desarma em tão poucas palavras.
Essas que eu sei que divido com tantas outras...(eu sei)

Melhor que nunca mude,
Mal sabe o quanto gosto que sejas assim.
Quero tudo da maneira mais fatal e,
Talvez eu nunca admita mas...
Tu só pode me fazer bem quando me faz o mal.

domingo, 8 de março de 2009

Boca do Lixo

Cansei de dançar, de beber,
De trepar, de cheirar.
Cansei de você!

E como diria o Zé do caixão:
Você, você e todos vocês!
Cansei de sorrir,
E fingir que estou gostando.

Cansei de punheteiros,
De amores não correspondidos,
De fazer caridade a quem me deseja.
Quero minha parte em cerveja.

Cansei de ser bonita, de pintar o cabelo
De fazer as unhas, usar maquiagem, ser sexy
E, ter a obrigação de ser gentil porque recebo elogios!!??
Eu não quero agradecer, agradeça minha mãe!

Cansei de amigas que brigam por pau,
De amigos que querem me comer.
Não me tire o direito de reclamar, desdenhar
Só porque tenho tantos homens pra eu escolher.

Não achei minha buceta no lixo e,
Se tu não tem dó da sua, nada tenho com isso!
Cansei de noites mal dormidas,
Pessoas neuróticas, crianças desinibidas (...)

Cansei do cansaço que é repetir os mesmos atos,
Ouvir as mesmas conversas fúteis.
Ir aos mesmos lugares e, me juntar
À tantas pessoas INÚTEIS.

Porque no fim,
A ressaca é MINHA.
Química ou, moral
Ela continua sendo minha e, dela também cansei!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Do esquecimento presente.

Hoje me lembrei de coisas esquecidas,
Fui esquecendo aos poucos
Das grandes lembranças
Daquelas que me faziam tão bem...

Mas, a adpatação chega
Em algum momento ela chega sem avisar,
Não percebemos e, quando nos damos por sí
Nos adaptamos ao momento.

No meu atual momento
Sinto que me acostumei ao esquecimento.
Adormeceu em mim tantas partes
Que me sinto desconstruída.

Por tanto, lembro que esqueci algo.
É tão presente mas, já nem sei o que é.
Talvez alguém possa me refrescar a memória
Ou, melhor; deixo tudo no passado e,
Ele que se encarregue de guardar o que já não faz parte de mim.

segunda-feira, 2 de março de 2009

L'art du mal

Hoje não sinto mais do que rancôr,
Mágoa, ódio, desespero...
Não posso mais do que rir e,
Lamentar.
Aquele riso dolorido, entre os dentes
Disfarçando uma emoção duvidosa.

Quando me encontro em mesas de bar,
Como daqui a pouco.
Já sei que máscara usar.
Mas, até mesmo a máscara (que tanto já fiz questão de usar) pesa.
Mal consigo carregá-la.

O ódio se tornou parte de mim,
Não me vejo sem esse rancôr que tanto me acompanhou
Nesses últimos meses, quase 1 ano.
Como se eu precisasse disso mais do que
Meus alimentos integrais.

O que me mantém jovem, viva
Nada mais é do que a dor,
Acompanhada da sede de vingança.
Que digam o que quiserem, riam, façam piadas.
Nada vai mudar. Nada pretendo compartir.

E, no meu egoísmo até mesmo a dor é só minha,
Tão minha que não me separo, não a divido.
Mais que nunca, a necessito.
Pois dela extraio a força para punir-me
De tudo que fiz para afastar-te de mim.


*Todo mal é uma arte
Que requer mais arte
Para sobreviver dessa arte.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Time is a serial killer.

O tempo chegou pra mim,
Foi matando aos poucos as primeiras sensações,
Logo cansei.
Matou as grandes alegrias e, me fez esquecer as maiores tristezas.
Precisei de tudo outra vez.



O grande perdão divino está mal aplicado,
Só queria ser poupada pelo TEMPO,
O resto com o tempo se vê.


O tempo não deu tempo pra eu dar tempo à você.
E, nunca chegamos a tempo de salvar
O que estava por morrer.



O tempo mata, alastra, renova, marca, assombra...
Et tout ma joie de vivre va, tout s'en va.
Leo Ferré tinha toda a razão,
O tempo não é irmão, senão madrasta má.



E, somente o tempo destrói tudo,
De bom e de ruim, saudável, doentio, vivo.
A nossa memória se corrompe entre variadas interpretações,
O real e o imaginário ganham novas dimensões.
Agora sei bem do que não sei.

Difícil aceitar o quão ignóbil se pode perante ele,
Quando acreditamos tê-lo ao nosso lado estamos
Perdendo tempo com tamanha vaidade...
E, sua mão pesada vem renovar,
Te trocar por outra novidade.

...time is just a serial killer and he makes me feel so dead.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Imagem

As vezes você parece um herói,
As vezes não passa do mais cruel dos bandidos
E, logo você volta a ser aquele ser insuperável
Que eu gostaria de gritar ao mundo que é só meu.

As vezes você não é só meu,
As vezes jura que além de mim seus olhos não enxergam.
E, eu fico cega a cada novo gesto seu,
Não espero mais nada acontecer e, me contento com cada segundo.

Quando abro os olhos pra realidade,
Só quero sair correndo e, esquecer que um dia te toquei.
Pois, em cada toque seu há severa maldade
Do que você não pode evitar: quem você é.

As vezes, em seus braços, me embalo como criança perdida
E, você parece a minha suprema proteção.
Mas, quando vai embora o vazio que tu deixa é tão assustador
Que não há escuro mais temível que a tua falta.

As vezes acho que não volta mais,
As vezes eu só quero isso aconteça.
Mas, quando em corpo presente te tenho
Meu sorriso involuntário só te garante o que é tão seu,
Mesmo que não mereça.

E, quase sempre a imagem que eu tenho de você
É tão distorcida,
Que eu não sei quantos de você eu conheci
Ou, só te idealizei obedecendo minha obsessão...



*entre idas e vindas ao RJ...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Não!

Não, não espero de ti qualquer piedade.
Puna-me, julga-me mas, nunca,
Levemente... nunca!
Me despreze sem olhar nos olhos.

Vomite toda sua insatisfação com a minha pessoa,
Eu sei, te mostrei o que não pude "manter" como primeira impressão.

Mas, baby, se tu fôr por mim,
Não vai mais que se perder.
Talvez eu te resgate dessa garantia mediúcre
Que tu faz questão de viver.

E, de falsas garantias vivemos sem questionar,
Pois se vamos ao certo,
Eu não sou pra você
Como o vento sopra pro mar.

A tempestade é iminente,
Nossos continentes guerreiam entre a força e, a certeza.
Não amo a ti mais que a minha natureza.
Pois, de mim falo sem amor,
De ti, somente com o pudor....

De quem não faz questão de conhecer-te,
Pois, o desencanto vem com a realidade.
De ti desejo boas lembranças,
E, em ti pretendo ser saudades.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

São Paulo

Luzes da cidade,
O paraiso é tão distante,
Eu tomo o último trago e,
Talvez algo me "levante".

Eu saio pela noite,
Eu varo a madrugada,
Eu testo minha sorte,
Eu quero tudo ou, nada.

Insônia ganha a noite,
Eu fico acordada.
Problemas na cabeça e,
Algum ódio acumulado.

Eu beijo qualquer boca,
Eu vou pra qualquer lado,
É sempre a mesma merda,
Estou mesmo condenada
A concordar com "quem" eu sou....
Quase estou acostumada.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Rancôr barato.

És tão encantador quanto patético!
Perdão por ferir teu imenso ego,
Uma vez que tanto já destroçastes o meu,
Que agora já nem posso sentir se algo do orgulho de outrora
Ainda resta.
Que de intacto passou a ser mínimos pedaços
Para ser servir de tapete ao seu.

Porém, já com tantos cacos em mãos,
Atiro-os um a um!
A esperar que algum te acerte a face esnobe,
Essa que tanto me teve em completo desprezo,
Sem cuidados ou, honras.
Pois, dei-me conta, funestamente contrariada,
Que as pedras que dóem em mim,
Não ferem você.

Mas, teu encanto também esconde falhas.
E, talvez eu, por finesse ou, pena
Prefiro apenas calar...
Pois, hoy por hoy, já posso sorrir aliviada,
Com a certeza de ti não mais precisar.

As horas

Ela "anestesiada",
Ele à caminho,
Não se parecem,
Não constróem ninho...

Ela escrevendo,
Ele dormindo,
Ela morrendo...
Ele sorrindo.

Na noite passada,
Ela implorava amor.
Na noite seguinte,
Restava mágoa e, rancôr.

Ele escrevendo,
Ela sorrindo (o riso triste do adeus)
Pois vê-la morrendo,
O faz seguir...dormindo.

Meu mundo

Criei um mundo onde eu possa sonhar,
Amigos fiéis e, você pra me amar.

Meu mundo é perfeito e,
Ninguém vai mudar.
Por que eu quis do meu jeito
E é tão fácil sonhar...

E ver que a vida
Não é mais que uma grande ilusão,
E o que é real é o que mora no coração.

Eles me enganam, eu sei
Mas, eu não quero ver
Porque o mundo perfeito
É o que ninguém vê.

O mal.

Eis que de todo o mal
Que me fizestes,
Eu ainda peço mais.

Eis que, de todas as juras,
Por piedade de mim mesma ou, simples desprezo
Eu sempre volto atrás.

E, eis que o vicío de ti,
De mim tomou conta
E, não há mal maior
Já nem luto, pois nem sei quê me afronta....

E, do mesmo mal que me nutre,
Me destrói a cada novo recomeço,
Não voltes mais meu bem,
Em atrasos há juros e, neles o aumento do preço.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

5° andar

Pela sacada de seu quinto andar,
Ela contemplava a rua suja,
Pessoas desprezíveis, bêbados, travestis, prostitutas.
Universitários flertando com o proibido.

Esses logo esquecerão de tudo isso.
Há uma bela carreira à sua espera,
Pais que se sacrificaram para poupá-los da realidade.
Do cru, cinza e fétido da raça humana em seus extremos.

Ela avistava tudo incólume.
Mergulhada na melancolia de suas lembranças,
De como foi chegar até a ali,
Seus altos e baixos de uma vida sem explicação.

Já não sentia mágoa ou, gratidão.
Evitava fazer parte de tudo aquilo,
Preferindo observar e, enquanto via tanto acontecendo
Também via o tempo passar por ela, impune!

Continuava tão bela quanto antes,
Porém, em seu olhar estava todo o peso
Daqueles anos de risos, lágrimas e descobertas
De um mundo novo.
O mundo das grandes festas e, pessoas plásticas.

Do quinto andar pensava se jogar e,
Acabar logo com toda aquela insatisfação
Que sentia ao ir pra cama sempre sozinha.
A opção de quem tanto amou ser amada,
Agora era a solidão, a cama fria.

Envelhecera antes da idade,
Preferia livros a contatos físicos.
Talvez perdera boa parte da vaidade
E, quando sentia saudade
Buscava a companhia de um bom vinho.

Para morrer é preciso coragem e,
Essa mesma qualidade que a acompanhou
Por tanto tempo, agora não passava da mais vil
Covardia.
De quem chora a noite pra encarar mais um dia.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O começo do fim

Todos só sabem falar do fim mas,
O começo é feito de sorrisos e beijos,
Desse se esquece fácil porque não dói.

E, no meio é fácil se perder
Onde começa o fim ou,
Como acabou o começo?

Eu não lembro bem
Mas, foi numa noite qualquer
Eu cansei, tu cansaste
E a pose se desfez num piscar de olhos...

domingo, 18 de janeiro de 2009

sobre o amor.

É preciso saber amar,
Pra se amar
Pra amar alguém.

É preciso saber se dar
Pra receber mal ou, bem.

O amor não se explica só com palavras,
Um olhar vale mais do que mil gestos.
São tantas maneiras de amar
Que o ódio se forma de seus restos.

Restos de amor...
Amor impensado, renegado, um não.
O ódio é o resto do amor em vão.

Amor demais é crime,
É o cálice da perdição.
Amor demais... escraviza o coração.

É preciso saber odiar,
Pra se odiar, pra odiar alguém.
É preciso saber negar, pra renegar mal ou, bem...

Sem o amor não haveria o ódio.
Sem o ódio não haveria o amor.
E, sem eu não haveria você
Com os restos do que ficou...

Amor que virou ódio e,
O ódio....que foi amor.


(you know what I'm talking about)

fim de noite.

Me afundo em mares negros, brancos (...)
Procuro me afastar de tudo que eu fiz e, ainda sou.
Mas, todo vício é uma repetição contínua...
Quem sou eu para discordar, vencer?

Talvez eu busque o que nunca tive mas,
Honestamente agora eu só procuro o que eu perdi.
Entre mortos e, feridos eu sobrevivi,
Com o orgulho atacado, com feridas sem cicatrizes....

As vezes só me pergunto o que é que tu sabe de mim
Quando me faz observações tão insanas quanto dizer quem eu sou?
De tudo que perdi, eu ainda quero você que nunca soube
Me ver por dentro. Eu já me vi? (...)

Entre orgias e, discursos libertadores
Eu ainda não me descobri mas, descobri sem querer...
Eu não sou igual a você que quer ser IGUAL (???).
Só quero ser sua vítima, tenha pena de mim e me sirva.

No fim, as conveniências ainda vão nos afastar.
Eu saio por essa porta jurando não voltar
Mas, sabe como é... difícil manter a palavra em certas linhas.
Eu mantenho a fé de que eu jamais terei fé em tudo que me cerca.

Se fosse apenas dar as costas mas, é além disso
É deixar de ser quem eu sou,
É deixar de ver o que vejo e, fazer o que faço
Logo, é coragem para deixar de VIVER.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

de amor e de morte


Eis que depois de tanto vagar com assuntos ainda mais vagos, decidi por falta de vergonha na cara , alguns foras e, o fatal desejo de desabafos, escrever minhas poesias simples mas, que eu amo e, não espero que mundo se proste perante mim como se eu fosse um Rimbaud mas, por favor. Faça elogios ou, eu me vingo!