sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Madrugada adentro.

A violência de um beijo sem paixão,
Os teus olhos negros.
Na madrugada vazia
O frio e a embriaguês nos fazem capazes.

Tome meu corpo em tuas mãos,
Use-o. Alimente-se dele esta noite.
Pois uma alma vazia não faz distinção
De suas vítimas ou, seus carrascos.

Use meu corpo sem cerimônias.
Depois, apenas apague a luz e feche a porta.
Dispenso quaisquer cuidados ou,
Demosntrações de afeto.
Não quero saber de ti, nem passar de um objeto.

Em mim, poucas marcas ficam depois.
E elas saem após um longo banho.
Vai, tome meu corpo.
Mas, não seja mais que um estranho.

Pois um corpo já frio não sente dor ou prazer.
E minh'alma vagueia madrugada adentro.
E minh'alma chora...
E minh'alma chora.