domingo, 16 de agosto de 2009

Encantos, encantos...

Depois dos primeiros contatos gentis,
Meu coração de porcelana agora é só seu.
Cuida bem, lembra de mantê-lo com seu brilho
De recém adquirido. Ele pulsa e brilha por ti.

És um lord na arte de conquistar um coração velho de guerra
Que pouco se impressiona ou, ainda sente.
És tão encantador que só pode não existir.
Por isso, cá estou eu agora com reflexões contraditórias.

O cair da tarde de domingo vem com a notícia ácida
Dos primeiros desencantos.
Daqueles que endurecem, nos fazem cair do céu.
Daqueles que, ainda que esperados, doem como se fosse a primeira vez.

Retrocedo, me afasto. Planejo não fazer mais planos.
Me sinto perdida, desprotegida e amarga.
Me levanto, encho minha taça de vinho e ouço música alta.
Eu te exorciso, como todas as vezes que já precisei do mesmo porre.

Meu coração é de porcelana, purpurina e laquê.
Ao cair, se apaga, se parte em mil pedaços, perde a forma.
É reconstruído com certa dificuldade...
Um dia, de tantas reconstruções que já sofreu,
Vai deixar de se partir, por falta de novos espaços.

Assim como vai deixar de ser uma peça decorativa e, sensível.
Pra dar lugar á um objeto grotesco e maltratado.
Sem dono, sem brilho e sem encantos.
Talvez nesse dia eu entenda a essência da vida morta que um ser racional precisa.