quinta-feira, 19 de maio de 2011

Insônia

Observo um mundo do lado de fora
E tudo está sempre ao longe, eu não ligo
É uma ilusão pela metade
Basicamente partes do que fui e vivem jogadas por aí

E tudo que tenho a oferecer é meu meio-amor
Meio encantamento com o que não me toca
A preguiça de fingir que não a tenho
Quando o que mais tenho me vem pela metade (ansiedade de ser leve).

Metade eu ofereço meio sem vontade
Outra metade eu imploro (com preguiça, sempre)
Quando deito já não durmo e quando durmo já não sonho
E quando sonho não é mais sonho.

Meu corpo está onde não me vejo presente,
As vozes do meu lado, as risadas, as esperanças
Tudo me é indiferente como o aniversário que faltei
É tudo passado e futuro num presente que não vivo.

Vai, tome minha mão e leve contigo alguma lembrança
Aliás, levem-as todas, uma a uma!
Não as quero mais
Não quero nada do que queiras pois querer me é demais.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Apocalipse

Você sabe quando algo morre,
Invariavelmente sabe e também morre.
Sente as forças de outrora te abandonando,
As certezas de outrora...

E essa morte travestida de solução,
De afeto penoso
De paz que precede a guerra
Ela te pega na curva da dúvida e te mata.

Você sente a angústia que precede a morte
O sorriso some da cara,
O coração acelera,
O desespero toma conta.

Perder...você vai perdendo e quer de volta.
A ausência é tão inaceitável!
Mas por que parece que assim é melhor?
Você sente quando algo morre...