quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

insanidade.

"essa loucura está me enlouquecendo,
volto, vou embora, não quero e
cada vez quero mais.
você me entende, te entende?

acendo um cigarro e faço planos,
você está fora de mim,
de tudo que eu acredito ser bom,
fora! mas porque você não sai?

eu não confio em você,
mas também não confio em mim.
a espera prolonga o meu medo,
de não manter a devida distância de ti"

Chove, cidade!

Nessa cidade só chove!
São Paulo, cidade da garoa,
Agora evoluiu para alagamento,
Pela regressão de seu povo, claro.

No alto do meu prédio pouco me afeta,
É privilégio do cimento.
Pessoas discutem a culpa dessa rebelião natural,
Mas não olham no espelho.

Mas a água também serve como espelho,
Se olhar pra baixo vai se ver, nitidamente.
E como vão as coisas por aqui,
Nos veremos misturados ao nosso próprio lixo.

E a mãe natureza virou madrasta,
Devolvendo cada desrespeito fútil
Que já a fizemos aceitar calada.
Agora, mes amis, recorram ao Pai!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ouve essa música!

Havia um gosto de orvalho derretido
Por entre os parreirais,
Onde as crianças brincavam de adultas,
Com a inocência de pequenos anjos.

Ao fundo tocava uma música numa língua estranha,
E que alguém viria a entender mais tarde.
Era uma voz doce, dessas que queremos
Ouvir sempre que estamos sensíveis.

Alguém pediu silêncio para ouví-la,
Todos calaram e retomaram suas brincadeiras em silêncio:
"A love like ours could never die as long as I have you near me"...
E caiu a noite, e foram-se os anos.

Das brincadeiras na fazenda à escola na cidade,
De um país a outro, e de tantas outras músicas,
Dos amigos, do truco nos bares da frente da escola,
De Beatles à Nirvana, e foi aí que deixamos de ser crianças (...)

*a inocência é a única pedra bruta, que depois de moldada,
perde seu brilho e a capacidade de se tornar uma jóia.

sábado, 9 de janeiro de 2010

O tolo e seu infortúnio.

Você, nunca te proferí palavras de amor,
Apenas bons momentos para que guardes e penses em mim
Dia e noite, faça sol ou faça chuva,
E me renda homenagens que me relembrem o quanto sou "talentosa".

Mas algo em ti não te deixa ver a verdade
Por trás de cada gesto ensaiado de afeto,
Que recebe desta que vai embora e nem lembra do que passou,
Pois se ocupa do que realmente importa e não te foi mencionado.

E assim, com a certeza de que acertou
Cometes teu grande erro, pobre rapaz.
Iludido por tua vaidade e cegado por tua pouca experiência
Desafia minha sensibilidade, que não te pertence.

Assim vais pagar pela ignorância daquelas
Falsas seguranças que te mantém sorrindo ao acaso.
E enquanto lamentas, me fazes gargalhar alto
Com meus amigos, pois eles sabem do que jamais te contaria.

E, talvez em base às minhas mentiras,
Criei um monstro tolo capaz de acreditar que me pode ferir.
Mas, você e tantos outros, qual a diferença?
Mais uma piada que perdeu a graça por demais contada.

E não há rancôr onde nunca existiu sentimento.
Meu pequeno coração é um território à muito ocupado.
Ele recebe turistas com a cara de cartão postal,
Há prazo de permanência, e a estadia é terminantemente NEGADA.