domingo, 30 de agosto de 2009

O sol da noite.

A solidão transforma, apavora.
De amáveis à sombrios,
De felizes à loucos.

Qual a linha que separa a demência da lucidez
Quando tudo parece surreal?
Eu faço perguntas às paredes e
Pretendo fingir que estou bem.

Eu guardo segredos e, não peço clemência.
Meus crimes cometo sozinha,
E minhas companhias fazem mais vazia.

Que monstros criei eu!
Brindando em mesas de bar com desconhecidos,
Alimentando-me de falsos sorrisos.
As vezes nem eu sei quem sou.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Madrugada adentro.

A violência de um beijo sem paixão,
Os teus olhos negros.
Na madrugada vazia
O frio e a embriaguês nos fazem capazes.

Tome meu corpo em tuas mãos,
Use-o. Alimente-se dele esta noite.
Pois uma alma vazia não faz distinção
De suas vítimas ou, seus carrascos.

Use meu corpo sem cerimônias.
Depois, apenas apague a luz e feche a porta.
Dispenso quaisquer cuidados ou,
Demosntrações de afeto.
Não quero saber de ti, nem passar de um objeto.

Em mim, poucas marcas ficam depois.
E elas saem após um longo banho.
Vai, tome meu corpo.
Mas, não seja mais que um estranho.

Pois um corpo já frio não sente dor ou prazer.
E minh'alma vagueia madrugada adentro.
E minh'alma chora...
E minh'alma chora.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Todo fim é apenas ordinário.

Sinto a punhalada em minhas costas,
Ao dar-me com tua face,
Nem sequer consigo deixar esvair
Qualquer nota de surpresa.

Não sinto contra mim qualquer conspiração,
Maldade ou, vingança velada.
Apenas tua presença.

És quem és.
E, em tuas práticas já não resta em mim
Qualquer dúvida de tudo que éres capaz.

E vês!
Nem pareces mais o mesmo
Que um dia confiei tanto do que havia em mim.
Cegamente.

Vês, meu bem.
Quando as cortinas se fecham voltamos à quem sempre fomos.
E já nem posso mais ser platéia da tua entediada atuação.
E você mesmo já esqueceu as falas do teu papel.

E téns, agora
Um palco onde atuas sozinho.
E tua corja irá te aplaudir,
Enquanto lhe fores útil.
Mas, quando a luz se apaga (....)

domingo, 16 de agosto de 2009

Encantos, encantos...

Depois dos primeiros contatos gentis,
Meu coração de porcelana agora é só seu.
Cuida bem, lembra de mantê-lo com seu brilho
De recém adquirido. Ele pulsa e brilha por ti.

És um lord na arte de conquistar um coração velho de guerra
Que pouco se impressiona ou, ainda sente.
És tão encantador que só pode não existir.
Por isso, cá estou eu agora com reflexões contraditórias.

O cair da tarde de domingo vem com a notícia ácida
Dos primeiros desencantos.
Daqueles que endurecem, nos fazem cair do céu.
Daqueles que, ainda que esperados, doem como se fosse a primeira vez.

Retrocedo, me afasto. Planejo não fazer mais planos.
Me sinto perdida, desprotegida e amarga.
Me levanto, encho minha taça de vinho e ouço música alta.
Eu te exorciso, como todas as vezes que já precisei do mesmo porre.

Meu coração é de porcelana, purpurina e laquê.
Ao cair, se apaga, se parte em mil pedaços, perde a forma.
É reconstruído com certa dificuldade...
Um dia, de tantas reconstruções que já sofreu,
Vai deixar de se partir, por falta de novos espaços.

Assim como vai deixar de ser uma peça decorativa e, sensível.
Pra dar lugar á um objeto grotesco e maltratado.
Sem dono, sem brilho e sem encantos.
Talvez nesse dia eu entenda a essência da vida morta que um ser racional precisa.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Nice guys lover

Existe um ser perverso que mora em mim,
Ávido por sangue de sacrifícios.
Enquanto tantos se vangloriam de conquistas atrás de conquistas,
E com isso atraindo novas presas,
Eu quero apenas o bom rapaz.

Aquele que me serve, me diz pela manhã que estou linda.
Faz minhas vontades, e fica agradecido pela minha presença dominadora.
Eu quero ser ouvida, amada, idolatrada. Salve! Salve!
Meu egoísmo não conhece limites, e exijo absolutismo.

Se amei aqueles que me foram tão opostos,
Foi por mero erro de persurso. Um engano!
Eu gosto é dos bons, dos educados e solícitos.
Gosto de escravizar e depois compensar com muito amor e cuidado.

Porque somente os bons,
Aqueles que se sacrificam em nome do meu amor
Merecem o meu respeito.
ESSES bons mocinhos não serão cornos como os outros malvadinhos foram.
Yeah. Os meus malvadinhos sempre foram CORNOS.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Depois de uma noite mal sucedida.

Conheço o gosto do teu beijo,
O cheiro do teu corpo quando acorda,
Quando passa o dia todo na rua.
Reconheço teus passos quando está chegando.

Conheço tanto de você que não consigo separar
O que é meu ou seu. Tudo é NÓS.
Tudo em você me preenche, é nescessário.
Tua voz, tua saliva quente, teus dedos entre meus cabelos.

Tudo em você brutalmente é essencial.
Eu sou a fêmea ao dispôr de todos os teus caprichos.
Eu não preciso de você, eles me dizem.
Mas, eu não consigo deixar de ser teu objeto.

Você me usa, eu agradeço.
Me embriago em outros braços pra depois lamentar tua falta.
Quero acabar com isso. Vou embora. Tenho opções.
O desespero de que você não seja mais meu volta a me atormentar dia e noite.

Mais uma noite à qual eu quase te esquecí.
Eu quase senti outra vez aquela sensação do novo começo.
Mas, passou. A ilusão passa num piscar de olhos e três copos.
E meus sentimentos são ambíguos, cruéis, cínicos, mas são SEUS.

A tua frieza é a minha punição.
Eu mereço, aceito e agradeço outra vez.
Você é CRUEL! Frio. Sádico. Isso me machuca tanto...
E é isso que te faz tão dono de tudo que te cerca.
Tão dono de mim. Eu não preciso de compreensão.

domingo, 2 de agosto de 2009

Souvenirs.

E com você vai ser sempre assim,
Lembro, esqueço, quero e não quero mais.
A razão diz que isso já acabou.
Mas isso não é amor. Eu só não sei o que é.

Eu não sei o que você tem de tão especial,
Que por mais longe que eu vá, eu sempre volto.
Eu permito que você bote e tire o sorriso da minha cara.
Eu faço comparações onde VOCÊ se torna incomparável.

Ao mesmo tempo, eu já me habituei tanto a tua ausência
Que até prefiro as lembranças à uma continuação.
Você se tornou meu maior souvenir no baú das memórias.
E elas estão vivas e intactas enquanto você não mais me pertence.