segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Diamantes roubados

Nós que atravessamos tantos mares revoltos,
E lutamos bravamente por cada vitória,
Chorávamos juntos cada derrota
E nós sentíamos heróis a cada ano novo.

Entre piratas, conquistadores e mercenários,
Foi possível sobreviver tantas vezes.
Olhei pra você que que foi meu grande cúmplice nessas jornadas,
Eu fui feliz, eu senti orgulho dos nossos tantos baús expostos.

Ali, a cada ano perdíamos e ganhávamos diamantes.
Quando havia abundância, nos olhávamos com paixão
E, a cada perda, um navio afundava dentro de nós.
E com a derrota anunciada, nossos olhos se desviavam cada vez mais.

Nosso orgulho era tamanho que nossos diamantes ficavam expostos,
E todos esses ladrões dos mares viviam entre nós, como amigos, comparsas.
Pouco a pouco nossas preciosidades iam desaparecendo.
A culpa seria do teu desdém, ou da minha ostentação desmedida?

Nossos diamantes foram roubados,
Entre tantas festas no convés, nos descuidamos.
E descobrimos, na miséria e no abandono, o quanto nós piratas,
Somos frágeis e desleais, fadados ao náufrago.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Daquelas palavras deixadas....

"As evidências mostram duas pessoas que já não estão entre si.
E esse raro momento de sentimentalismo barato,
Faz de mim aquela parte desprezada que procura ainda se encaixar,
Tem medo de perder o que já não pode recuperar.

Você e tuas belas palavras, "sometimes so cruel"...
Conhece o poder de cada sílaba e, eu conheço a dor que elas causam.
Eu sei que só vou esquecê-las quando nunca mais souber de você.
Enquanto tu as dirige à outros amores, eu me dirijo para o bar."

Imaturidade

Nas madrugadas de televisão com música, chat e cerveja,
A insônia é a única conselheira atenta ao que me perturba.
Ela me ouve e, me explica algumas dúvidas
E me esclarece a raiz de algumas carências insubstituíveis.

Eu que leio tanto, penso tanto e falo tanto.
Pouco, ou nada, chego a concluir.
Tudo parece tão vago agora e, essas imagens
De pessoas e lugares...eu só penso em fugir daqui.

Alguém me ama e acredita em mim.
Mas, como faço isso valer a pena?
Eu regresso aos meus velhos erros e me jogo do penhasco outra vez,
Sem pensar em quem vai sofrer a minha falta.

Você segura minha mão enquanto um sorriso no fundo do poço me hipnotiza.
Você não pode me salvar pra sempre e, um dia vai me deixar cair.
E todos os países, ruas,capitais que percorri serão inúteis outra vez.
Eu acabo voltando ao mesmo lugar, aquele que nunca vai me pertencer.

E esse belo par de olhos jamais veria além do que te atrai em mim.
Essa beleza combinada a inocência me perverte. Sabia disso?
E minha insônia me diz que é hora de abandonar velhos vícios de amor e ódio.
E por amor próprio, amar você que tem com a chave para a saída desse labirinto tão antigo: minha imaturidade.

domingo, 4 de outubro de 2009

Meus 3 amores.

Quão grande é seu coração para dizer que o meu
Não pode comportar tanto "sentir"?
E das partes que eu preciso,
Quantos de vocês são necessários para completar cada compartimento sentimental?

O que é convencional pra ti pode ser pouco pra mim.
Eu preciso da eterna criança. Perdido e manhoso,
Que chora em meus braços e, pede proteção, carinho, comida.
Eu alimento com gosto e, sei que estou completa, quase mãe.
Eu confio desconfiando...

Preciso do canalha, frio e sádico.
Aquele que me faz gemer como fêmea no cio, me mata de ciúmes e ódio.
Me conta algumas mentiras quase previsíveis e,
Depois me faz voltar à realidade: eu sou HUMANA.
Eu não posso confiar.

E, preciso do bom-moço-equilibrado.
Ele faz planos comigo e, me faz sentir ÚNICA,
Dorme e acorda preocupado com meu bem estar.
E, não importa quão longe esteja, me assegura de que é apenas meu.
E...eu devo confiar.

Preciso da criança para abraçar
E, amar incondicionalmente.
Do canalha para ter orgasmos e algum derivado "comum".
E do bom moço para para me mostrar que eu não sou nem dona-de-casa, nem tão vadia...

E, por compartimentos,
Gostaria de ter ali guardado cada um deles.
Por que eu sempre preciso de todos, TODOS...
Em diferentes momentos da minha vida.
Porque quando eu mudo, eu MUDO.