quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Desamor

Eu te amo pelas conveniências de ser amada,
Pelo cansaço que outrora foi paixão.
Amo o amor que sentes por mim,
Porque sabes amar por dois.

Dói-me a falta que não sinto,
A importância que não importa a ninguém.
É como uma subida pela queda,
Uma noite de verão sem luar.

Falta-me o drama que dá algum sentido
Á essa tristeza sem fundo,
Á esse martírio sem causa nobre.
Ou o que me falta será apenas nobreza?

Ferir-te é tão fácil quanto ferir a mim.
Mas só eu percebo esse efeito dominó,
E me fere não poder ferir aquele que me fere mais.
E quem fere a fera que me fere?

Então me tens pra ti,
E temos um ao outro onde não há mais ninguém.
E agora te amo como nunca te amei,
Por que eu nunca te amei.