segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Ellerin ellerime

Nas mãos dela haviam tantos segredos,
Fechados com força,
Protegidos por tantos outros medos,
Não abria e nem estendia à ninguém.

E numa noite qualquer foi assaltada pelo desejo
De libertar-se de tudo que havia guardado,
Pois o peso agora lhe incomodava,
E não lhe permitia tocar outras mãos.

Algo tão natural no mundo dos normais,
Acreditava ela.
Mas à muito já havia perdido o fio da meada,
Ser normal era segredar qualquer descontrole.

Você se olha num espelho e se acredita
Imune ao tempo, aos julgamentos.
Mas quando abre as mãos sujas de particularidades,
Descobrirás que outras te saudarão em partida.


*ellerin ellerime (do turco "em tuas mãos")