quinta-feira, 20 de maio de 2010

De perigosas seguranças...

Andava eu à margem de minhas esperanças,
Nessas que tantas vezes me agarrei com tanto afinco
Que cheguei a julgar viver no mais cruel dos mundos,
Quando delas tive de me desfazer.

E foi difícil chegar até aqui,
Sem ter um lado para o qual olhar
E sorrir cada vitória,
Ou lamentar cada fracasso.

De repente me vi à margem de mim mesma,
Eu caminhava só nos dias de chuva e sol,
Eu sorria pro espelho quando sentia desejo de compartilhar,
Ao meu redor só existem fantasmas desinteresados.

Eu alimentei sonhos ordinários,
Mas eles não eram tão ordinários assim,
Pois custaram minha alma, meu corpo e minha fé.
E esperanças não são certezas.

E ao ver-me de fora desse círculo de memórias embaralhadas,
Vejo-me vítima de uma inocência que nunca me soou real.
Eu me sinto só, mas só eu sempre estive...
Desde quando nascí, e assim partirei.