Entrou, cambaleante, pela porta do bar
Era segunda-feira, 3hrs da manhã
Aquela praça não pára nunca
Algum rosto conhecido sempre está a procura de outro rosto idem.
Se desentendeu com alguns bêbamos
Já que nem entendia o que ainda fazia por lá
Deixou o bar rolando pela escada com um deles
Acordou no dia seguinte, ao lado da cama, atrasada, esfolada.
Não acreditava na ressaca e menos ainda em tantos hematomas
Cumpriu seus compromissos, monossilábica
No dia seguinte acreditou em reencarnação do demômio
Vinhos depois se trasnformou naquela pessoa detestável do outro dia.
Nem viu chegar a quarta-feira, mas ela estava lá
"Somebody save me, NOW" - pensou ela quando olhou no espelho do banheiro
Fez novos amigos num balcão da outra ponta da cidade
E na quinta cumpriu seus compromissos cheia de novas-velhas promessas.
E na sexta foi filmada no meio de várias bichas
Fazendo pole dance (?) de meia calça e soutien numa balada gay
A parte de que as peças não combinavam era mero detalhe
O que já não combinava alí eram seus limites.
Depois, só chegou em casa no domingo de madrugada
Refletindo, queria algum controle
Queria SER controlada. Queria mudar. Queria...
Mas aí chegou a segunda-feira e ela entendeu tudo:
Era melhor morrer de ressaca à morrer de tédio!