terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Crenças

Dentre tantas crenças mortais,
Dentre tantas pessoas irreais,
Eis que aqui me surgem teus belos olhos verdes fumegantes,
E de tanto que fugi que acabei atada a ti.

E separados não sabemos de amanhã,
E juntos não sabemos de mais nada.
Então nossas crenças já não importam mais,
Nós, ateus e racionais, nós somos iguais.

E em ti encontro meu Eu perdido no tempo,
Nos anos que nos diferenciam no espaço dos tempos.
No que fui, no que sei que será um dia.
E só o AGORA existe, e nisso temos fé.

Quanto mais te tenho mais eu gosto de mim,
Quanto mais te ouço, mais me ecoam as memórias.
Mas seria demais acreditar em coisas que desacredito,
Demais admitir que nossas diferenças são iguais.

Em ti me vejo, me ouço e me atordôo,
Em ti me puno e depois me perdôo.
Dentre tantas crenças às quais nos perdemos todos os dias,
Por que não perder a sensatez de viver hoje o que não sabemos de amanhã?

*Bienvenu au monde, mon petit prince.